Alice no País das Maravilhas é um espetáculo sobre as aventuras de uma adolescente contemporânea às voltas com a descoberta dos seus desejos. A partir da obra de Lewis Carroll, a Pivete Cia de Arte, recriou alguns ambientes onde Alice se depara com os seus "sonhos". O roteiro da peça é suportado na fuga de uma garota que, plasmada pelo tédio da sua vida cotidiana, resolve transformar sua realidade num divertido e arriscado jogo de inversão de papéis.

Na intenção de buscar uma significação específica para as técnicas de manipulação a serem utilizadas neste trabalho, procuramos relacionar as interpretações, a utilização das formas, a metodologia de ensaios e demais etapas do processo de montagem, com o que chamamos de intervenção teatral, isto é, cada artista (indivíduo) interage com sua criação (objeto) a partir da idéia de que a sua anima é que deflagra o fenômeno teatral, ou seja, cada gesto posto em cena é necessariamente o resultado da interferência de um ou mais corpos animados em outro a ser permeado de vida (ainda que efêmera). Isto se aplica aos bonecos, aos cenários, ao roteiro, à música, e assim por diante. Desta maneira adotamos, arbitrariamente, o termo intervenção direta em diálogo com o termo manipulação direta, sendo esta portanto a síntese das técnicas utilizadas pelo grupo na elaboração e execução deste espetáculo.